Como comentado no programa #08, cientista não é apenas “o doido de jaleco” do imaginário popular, mas sim um humano como qualquer outro, que utiliza suas capacidades mentais e seu senso crítico para chegar o mais perto possível da verdade.
O ser humano tem uma tendência natural em saber como as coisas do mundo funcionam, e isto é o que move a ciência. Embora com o passar do tempo muitas pessoas pensem ou são levadas a pensar que tudo já está explicado, muita coisa ainda permanece com poucas explicações e nestes momentos fazer a pergunta correta é o principal. Um cientista é, acima de tudo, uma pessoa que segue o princípio básico de Sócrates: “tudo o que sei é que nada sei”.
Neste sentido, podemos identificar dois principais ramos de atividade da ciência e que muitas vezes leva à discussões quando se trata de onde deve ser aplicados os esforços e recursos em se tratando de ciência – a ciência pura (ou básica) e a aplicada.
A ciência pura é movida apenas pela curiosidade do pesquisador, não se tem uma finalidade que traga benefícios aos humanos a priori. A ciência pura é também conhecida como Ciência Fundamental, pois estuda os fundamentos das áreas científicas e é considerada o coração das descobertas. Ela é dependente de deduções de verdades demonstradas ou até mesmo pode ser estudado sem a preocupação da aplicação prática. Resumindo é à base de qualquer estudo, abrangendo várias áreas, como por exemplo, a Química, Biologia, Física, etc. (Uma nota interessante e que para vários cientistas a Matemática não é considerada uma ciência de pesquisa e sim uma ferramenta, ou uma linguagem, para explicar um fenômeno).
A ciência pura foi responsável por várias descobertas para nosso conhecimento, como a definição de um modelo atômico ou molecular, como as reações químicas e biológicas ocorrem, descobertas de elementos químicos, a eletricidade, a anatomia e fisiologia dos organismos e células, etc.
A ciência aplicada, por sua vez, é a pesquisa direcionada para um determinado fim, a cura de uma doença, a criação de um material mais resistente, a tecnologia em si. Largamente utilizado em indústrias no mundo como “pesquisa e desenvolvimento” (P&D). Basicamente ela é quem realiza as descobertas e o avanço tecnológico, porém impossível de ser realizada sem a base dada pela ciência pura ou fundamental. Como conceito ela é a ciência que trabalha resolvendo problemas práticos.
Exemplo da aplicação da ciência aplicada é a pesquisa de melhoramento de plantas de cultivo como, por exemplo, os transgênicos, pesquisas de células-tronco, todo e qualquer projeto civil como a pesquisa realizada para construir uma ponte ou desenvolver um novo material para a construção civil, etc.
O programa Rock com Ciência #08 abordou também o fato da pouca iniciativa privada para pesquisas e desenvolvimento no Brasil, devido à falta de interesse na pesquisa em si, resultado da visão de lucros imediatos das empresas. E nisto sobra apenas para o governo federal dar patrocínio para pesquisas, fato inverso ao que ocorre em vários outros países.
Enfim, após boas músicas de rock, e boas definições, foram esclarecidos dois conceitos fundamentais de ciência, para podermos ter uma boa base para diferenciação de estudos e também para o aprimoramento de nosso conhecimento. Podemos até chegar à conclusão de que não há ciência pura ou aplicada, mas ciência e aplicação da ciência.
-Luís Fernando de L. Fernandes
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